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quarta-feira, 29 de março de 2017

Série Monumentos - Jornal de Piracicaba




segunda-feira, 27 de março de 2017

Terminal Central de Integração Antonio Romano



   O TCI (Terminal Central de Integração) recebeu a denominação Terminal Central de Integração Antonio Romano em 9 de junho de 2015, muito tempo depois de ter sido criada a denominação oficializada por meio da lei nº. 4.687 de 13 de julho de 1999.

   O comendador Romano nasceu em Piracicaba no dia 26 de julho de 1914 e faleceu na mesma cidade em 29 de julho de 1983. Era filho de Caetano Romano (1893-1943, italiano e sapateiro) e Maria Azzini. No início da vida foi engraxate na praça José Bonifácio. Iniciou-se em oficina mecânica recebendo a chance de ir aos Estados Unidos em 1938 realizar estágio na Ford Company de onde retorna com grande conhecimento técnico sobre retífica de motores. Abriu a Retífica Romano em 1941 na rua Prudente de Moraes. A empresa, depois, ficou sediada na rua São José entre a rua José Pinto de Almeida e avenida Armando de Salles Oliveira, onde encontra-se hoje a Agropecuária do Mané.

   Foi jogador de futebol do São José, Associação Bairroaltense, Palmeiras Cidade Alta e XV de Novembro. Foi diretor e provedor da Santa Casa de Misericórdia de Piracicaba de 1972 a 1983. Envolveu-se socialmente em todos os setores, incluindo o Lar Escola Coração de Maria, Lar Franciscano de Menores e Festa do Divino Espírito Santo. Presidiu o E. C. XV de Novembro entre os anos 1964 e 1965.

terça-feira, 21 de março de 2017

Sacra arte

* Edson Rontani Júnior



Frei Paulo de Sorocaba no Seminário São Fidelis

Foi um encontro celestial muito íntimo. Único! Há alguns anos, quando estava arrumando toda a papelada para meu matrimônio, fiz algumas visitas à Igreja dos Frades, numas de suas áreas que há muito não visitava. Na secretaria da Igreja me deparo com uma imagem pintada na parede. Um santo, um cordeiro, uma paisagem... Passei a fitar a obra feita à óleo na própria parede como se tentasse decifrar algum momento perdido no passado.

É um daqueles instantes que nos damos conta uma única vez na vida. “Como nunca reparei essa obra?”, pensei. Afinal, por mais de 30 anos residi ao lado da Igreja dos Frades, fiz catecismo ali e me casei nessa mesma igreja.

Quem de fora vê a Igreja Sagrado Coração de Jesus não visualiza a riqueza do seu interior, em especial as obras do Frei Paulo de Sorocaba, que tantos discípulos deixou em Piracicaba e tornou-se referência na arte sacra da região sudeste do Brasil.

Confesso que desde criança ouço falar do velho capuchinho que ensinava crianças e adolescentes a pintar. Isso me foi passado verbalmente por meu pai, Edson Rontani, ele próprio um dos pupilos do Frei Paulo durante sua estada no Oratório Seráfico São Fidélis.

E através de uma história simples chega-se à imensidão artística oferecida pela Igreja dos Frades, cuja pedra fundamental foi lançada em 1º de janeiro de 1893 e teve sua inauguração marcada em 10 de dezembro de 1895, ainda com sua estrutura incompleta.


O que nos intriga ainda hoje é como um homem a serviço da igreja tenha se dedicado com tanto afinco à pintura. Obras do Frei Paulo de Sorocaba são hoje referência nos principais verbetes históricos-culturais. Teve grande atuação em Piracicaba sendo o responsável pela pintura da fachada da igreja em 1915. Em conjunto com Plácido Zenatti e Eriberto Zabrecato, Frei Paulo fez a pintura do presbitério e do altar principal. Isso, entre 1916 e 1917. Teve a idéia de criar os respiradouros das paredes, melhorando sua acústica e ventilação.

Início – João Batista de Melo - nome de batismo de Frei Paulo-, nasceu em Sorocaba em 24 de junho de 1873, em meio às comemorações juninas a São João, o santo do dia. Era filho do músico Pedro Rodrigues de Melo, fundador da Banda 7 de Setembro, a qual regeu por 36 anos. Criado numa casa onde se amava a música, foi o cônego sorocabano Antonio Augusto Lessa que o impulsionou à arte: já aos nove anos tocava o violino do pai.

Anos mais tarde descobriu o lápis e o papel. Aos 10 anos é levado ao desenho artístico por influência de amigos, dentre eles o fluminense Antonio José da Rosa, ourives, entalhador e músico. O garoto passa a ter contato então com o ensino de perspectivas e desenhos com crayon através de gravuras litografadas e fotografias.

Com um tio, passou a pintar paredes de 1887 a 1891. No final desta década, sente-se inclinado à ordem religiosa. Foi a São Paulo onde os capuchinhos do Seminário de Santa Clara tentam dissuadi-lo da intenção. “Você não agüentará a rigidez dos frades; tente uma ordem jesuíta ou salesiana”, lhe disseram.

Em 30 de outubro de 1899 perde seu pai. Na noite de Natal daquele mesmo ano parte de Sorocaba para São Paulo onde busca refúgio no Convento de São Francisco. Apenas um ano depois consegue seu intento e, na Igreja de Santo Antonio, na capital paulista, toma os primeiros passos junto à ordem franciscana.

Em 6 de agosto de 1900 vem a Piracicaba como noviço. Passou por Taubaté e por Campos Novos de Paranapanema. De volta a São Paulo, outros freis indicam-lhe a Europa como lugar para aprimorar seus dotes artísticos. Foi para a Itália em 1912 sendo pupilo de Antonio Meyer, da Escola de Veneza. Deixou várias pinturas em solo europeu, algumas delas desaparecidas durante a Primeira Guerra Mundial.

Lá estudou obras de mestres como Veronese, Tintoretto e Ticiano. Influências que o seguiram até o final da vida. Voltou a Piracicaba em 1913 ficando por dez anos. Em 1917, Frei Paulo pintou, na Igreja dos Frades, o quadro de São Francisco recebendo os estigmas. Uma obra que mede 3 por 2 metros. É uma das mais bonitas obras que existem ainda hoje.

Residiu depois em Botucatu e Santos. Fez obras à óleo, terracota, aquarela, crayon, carvão, além de pintar não apenas a arte sacra assim como paisagens e natureza morta.

Em 1928 retorna a Piracicaba onde ficaria até sua morte em 11 de julho de 1955. Integrou o corpo docente que, em 10 de dezembro de 1928, instalou o Seminário Seráfico São Fidelis.

Teve sua saúde debilitada pela doença. Mas mesmo assim encontrou tempo para estudar o relógio de sol e as eclipses. Teve várias pinturas sobre os temas e construiu alguns relógios de sol na cidade. Foi um estudioso daquilo que os cientistas chamam de deslocamento do eixo da Terra.


Foto de 11 de julho de 1939: David Furlan, Waldemar Arana, Homero Scudeller, Eugênio Nardin e Aurelio Brossi juntos ao Frei Paulo de Sorocaba

Opiniões – Eugênio Nardin, ouvido por mim então com 88 anos, artista plástico, foi um dos pupilos de Frei Paulo. “Frei Paulo era uma pessoa que tinha liberdade para tudo e não se enroscava com papas na língua, era uma pessoa sincera e falava o que pensava”, lembra.
Foi bondoso por dar aulas gratuitas a adolescentes, sendo o primeiro professor de desenho no século passado na cidade. Nardin lembra que Frei Paulo “conhecia bem a perspectiva, estudava com a preocupação de ensinar as formas claras; tinha até uma técnica de cavalete para ensinar linhas de desenho e perspectivas, oferecendo ângulo visual para as pessoas conforme sua perspectiva visual”. Foi um ser humano ímpar, sem se abalar com as tristezas que a vida lhe apresentou como a morte do irmão, ocorrida na Santa Casa de Sorocaba quando reparava um afresco.
O primeiro aluno do Frei foi Angelino Stella por volta de 1920. Nardin foi um dos seus cinco primeiros alunos.
Para o artista plástico Eduardo Borges de Araújo, Frei Paulo de Sorocaba foi o precursor do ensino da pintura e desenho artístico em Piracicaba, depois de Miguel e Joaquim Dutra. “Ensinou e orientou uma vasta geração em Piracicaba, tendo cerca de 25 jovens que tiveram sua influência na pintura e se tornaram destaque na arte local”, diz.
Agora, uma questão que não consegue calar. Um homem santo, por que teria inclinação artística para a música e para a pintura ? Borges argumenta que “dom é isso, pois, no caso da pintura, ela não escolhe a personalidade da pessoa e sim forma a pessoa; para ser um treinador de futebol ou um ator o profissional tem que possuir inclinação, estudar e aprimorar seu dom”.
Pena que a geração atual não conheça a contribuição de Frei Paulo de Sorocaba à arte local. Piracicaba sempre foi um ponto de referência nas artes, servindo de celeiro na formação de grandes talentos. Borges lembra que além do resgate cultural é preciso conservar as obras como o que já ocorreu com a pintura de Mário Thomazi na Igreja Bom Jesus do Monte ou da Igreja do Monte Alegre pintada por Alfredo Volpi.


* Edson Rontani Júnior é jornalista

domingo, 12 de março de 2017

CInemas em Piracicaba



Os cinemas em Piracicaba surgiram através de teatros. No início do século passado, além de apresentações e peças, os teatros também serviam para exibição dos filmes. As grandes produções de Hollywood eram cartaz do Teatro Santo Estevão e do Teatro São José.

Os primeiros cinemas locais foram o Íris e o Ideal, ambos construídos na década de 1920. O Ideal passou por reformas e tornou-se o Politeama situado onde encontra-se o Banco Itau na praça José Bonifácio.

Em 1954, Francisco Andia inaugurou o Cine Colonial (situado na rua Benjamin Constant quase esquina da rua Prudente de Moraes) e o cine Rivoli (rua Benjamin Constant entre as ruas XV de Novembro e Rangel Pestana). Em 1957 Andia inaugura o Cine Paulistinha, na rua Benjamin Constant algumas quadras da avenida São Paulo. O mesmo empresário inaugurou em 1962 o Cine Plaza situado no térreo do Edifício Comurba, na praça José Bonifácio onde hoje está o Poupatempo Estadual. Logo perto, na rua São José, entre a praça José Bonifácio e a rua Alferes José Caetano existia o Cine Brodway reinaugurado em 1981 como Cine Tiffany. No mesmo ano é inaugurado o Cine Arte, situado na rua Santa Cruz, anexo ao Teatro Municipal dr. Losso Netto.

A foto acima é de Marcelo Germano publicada no Jornal de Piracicaba em 6 de maio de 1992.


domingo, 5 de março de 2017

Dia do Trabalhador para os bancários piracicabanos


Entrevista com o sindicalista José Antonio Fernandes Paiva, do Sindicato dos Bancários de Piracicaba, feita em 1994, e levada ao ar pela Rádio Alvorada A.M. de Piracicaba no dia 1º de maio daquele ano.